SEXUALIDADE

A  ATIVIDADE SEXUAL  pode ser extremamente prazerosa, intensa e satisfatória  para algumas pessoas, e para outras fonte de frustração, de medos, de insegurança e repulsa.
Por que isto ocorre? Cada pessoa percebe sua sexualidade de uma forma.
Alguns encaram a atividade sexual como uma descarga, outros como algo que produz bem estar e muito prazer,  outros como satisfação física, outros como aflição, e assim por diante.
Algumas pessoas preferem um sexo mais tranquilo, mais afetuoso, já outras preferem um sexo mais intenso e selvagem.
De maneira geral, o sexo frequente, seguro e que provoca prazer e bem estar, também traz muitos benefícios à saúde.
 Protege nosso coração, alivia o ESTRESSE, fortalece o sistema imunológico, regula o humor, ajuda no controle da ANSIEDADE e  evita a insônia.
Já problemas ou  DISFUNÇÕES SEXUAIS , vão afetar o relacionamento do casal,
o trabalho, o lazer, as relações sociais.

DESENVOLVIMENTO DA SEXUALIDADE - VISÃO PSICANALÍTICA

A  FAMÍLIA, com seus hábitos, seus costumes, seu modo de vida, seu nível cultural e social, seu nível de esclarecimento,  juntamente com o meio ambiente e a constituição biológica da criança, vai fortalecer a estrutura mental desta  e também desenvolver seus padrões de conduta futuros.
A base fundamental de uma infância bem estruturada se estabelece através do clima de amor e proteção dos pais, e um ambiente seguro  que satisfaça as necessidades do bebê  de alimento , abrigo, conforto e proteção.
Assim seu psiquismo evolui naturalmente com as fantasias próprias de cada idade. 
A partir do nascimento, o bebê passará a ouvir e a ver progressivamente, tudo que está a sua volta. Vai aos poucos vendo e incorporando as imagens ao seu redor e o modo como as pessoas agem.
Imagens estas, que mais tarde adotará como modelos. 
Daí a importância da harmonia e do equilíbrio de seus pais.
Trazem para a criança, segurança e fortalecimento no desenvolvimento de seu Ego e consequentemente seu  DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL.
Já a discórdia,  brigas constantes dos pais, gritos, agressões verbais ou físicas,
criam sentimentos de  HOSTILIDADE  na criança,  que podem se tornar um padrão de conduta na vida adulta, principalmente em seus relacionamentos amorosos futuros.

Também a fase da amamentação infantil é muito importante, pois além do bebê receber o alimento, também recebe calor, afeto e proteção.
Por este motivo, o desmame deve ser feito de forma gradativa e carinhosa, pois para o bebê significará a perda deste afeto, se for feito de forma abrupta.

Nos casos em que ocorrem, falta de amor dos pais, negligência, abusos e ausências, a criança se sentirá abandonada, desprotegida, ou descuidada, e poderá desenvolver uma  ANGÚSTIA  muito grande, da qual  ela ainda não tem condições de se defender.
Ocorre um desequilíbrio interno, podendo levar ao desenvolvimento de SOMATIZAÇÕES  passageiras tais como: elevação brusca de temperatura, distúrbios gastrointestinais ( diarréia ou prisão de ventre ), vômitos, resfriados, dores de cabeça constantes.
Estas somatizações podem ocorrer também, nos casos em que a criança fica muito tempo longe dos pais, sendo cuidada por babás ou empregadas, ou quando os pais costumam viajar com frequência ou por longos períodos de tempo.
A SOMATIZAÇÃO DA ANGÚSTIA,  criada por um abandono real ou imaginário, gera desequilíbrios funcionais passageiros na infância, mas que ficam registrados e podem ser  reativados na vida adulta, quando for necessário enfrentar traumas que ativem essa vivência primitiva.

 A VIVÊNCIA INFANTIL

É a impressão emocional gravada no inconsciente, como recordação de uma cena que foi presenciada ou fantasiada.
A fase mais sensível da criança a toda estimulação  PSICOSSEXUAL,  é aquela que vai dos 4 aos 5 anos de idade ( fase pré-genital ).
Nesta idade, a criança grava em sua mente, tudo o que vê  e tudo o que ouve.
Estes registros permanecem a vida toda trazendo prazer e tranquilização, ou conduzem à reações neuróticas.
Quando a criança dorme com os pais ou substitutos, ocasionalmente
ou permanentemente, os prejuízos emocionais podem ser grandes.
A criança será superestimulada por tudo o que acontece neste ambiente, sejam jogos amorosos ou o relacionamento sexual de fato do casal.
Cheiros,  ruídos,  gemidos,  gestos,  palavras. A criança não tem condições internas de dar conta de tanta estimulação. 
Esta carga de estimulação permanece a vida toda, e pode se apresentar através de sintomas de CONVERSÃO SOMÁTICA.
Mais tarde na vida adulta, podem aparecer sintomas como: nervosismo intenso , ANSIEDADE,  insônia,  dores generalizadas,  DISFUNÇÕES SEXUAIS.
O próprio ato sexual é compreendido pelas crianças, caso venham a presenciá-lo, como uma luta física entre seus pais.
O agressor é percebido como o pai, e a mãe a que sofre a agressão.
Pode ocorrer que mais tarde, o ato sexual seja entendido como um ato sádico.
De acordo com a PSICANÁLISE, a  SEXUALIDADE INFANTIL  passa por diferentes fases, até chegar à fase genital.
A FASE ORAL,  a FASE ANAL,  a  FASE FÁLICA  e finalmente a  FASE GENITAL.
Neste percurso podem ocorrer problemas, como FIXAÇÕES e REGRESSÕES  à fases anteriores.

PAIS QUE PROTEGEM OS FILHOS DE FORMA EXCESSIVA 

Proteger os filhos é uma necessidade e obrigação dos pais.
Atualmente precisamos estar muito atentos ao uso exagerado do computador e celular. Ao tempo que é gasto  com jogos e redes sociais e principamente com quem nossos filhos estão conversando!

Só que alguns pais  extrapolam muito  todo tipo de proteção, independente da situação.

Na tentativa de proteger o(a)  filho(a) dos perigos existentes ou imaginários, muitos pais acabam ultrapassando os limites do bom senso  e criando problemas futuros para seus filhos.
Muitas mães se definem como sendo uma: ¨ótima mãe¨.
Precisam sempre vigiar e controlar o ambiente para evitar qualquer problema.
​Assim controlam a comida (um filho nunca pode comer pouco para ela), a higiene,
as roupas, as amizades, as brincadeiras, as leituras,  os programas de TV e filmes, shows, as saídas.
Muitas vezes criam necessidades que o(a)  filho(a) está distante de necessitar. 
O​ controle é necessário , mas não na proporção que esses pais estabelecem.
Da forma como é feito, a criança acaba perdendo ou nunca adquirindo sua individualidade:  pensa, fala e age através de seu pai ou de sua mãe.

A MÃE DOMINADORA,  SUPERPROTETORA,  que acredita estar fazendo bem à seu filho(a), cuidando e controlando todas suas ações, acabará por transformar seu filho(a) num apêndice de si mesma, carente de vida emocional própria, um ser indefeso, inseguro e despreparado para a luta ambiental e social, ou seja, para a vida.
Uma das consequências desta atitude  materna, poderá  também atingir a vida sexual de seu filho(a).
Podem ser observados problemas de rejeição sexual, frigidez, impotência, anorgasmia  e outras  DISFUNÇÕES SEXUAIS.
 Se estabelece um terreno fértil para a neurose.
Quando este filho(a) sai de casa, a mãe não consegue ficar sem exercer seu domínio e controle .
Caso este filho(a) venha a casar , passa a controlar a vida do casal, ou escolhe um dos netos para continuar a controlar.

MATURIDADE PSICOSSEXUAL

É o resultado de uma boa relação com os pais e familiares, somada a uma boa VIVÊNCIA INFANTIL ( descrita anteriormente ).
A PULSÃO SEXUAL  fica livre de bloqueios, e pode fluir naturalmente.
A falta de maturidade psicossexual pode levar a pessoa à uma má escolha de objetos ( parceiro, ou parceira) e ao fracasso amoroso.

A ATIVIDADE SEXUAL

 Apresenta  04 FASES:

1. FASE DO DESEJO:   é o apetite sexual, o desejo de estar em contato físico com outra pessoa.  São as motivações, os impulsos.

2. FASE DA EXCITAÇÃO:  no homem ocorre a ereção do pênis, e na mulher a lubrificação vaginal.

​

3. FASE DO ORGASMO:  é o pico da satisfação sexual, ocorre a  liberação da tensão sexual.

4. FASE DE RELAXAMENTO:  finalização, é a fase de resolução.

 Todas as 04 fases descritas acima, podem apresentar DISFUNÇÕES.
 Saiba mais  em:  DISFUNÇÕES SEXUAIS.

SOBRE O ORGASMO

Do ponto de vista fisiológico, ocorrem uma série de contrações musculares, involuntárias e rítmicas.
No homem estas contrações ocorrem nos músculos do períneo e na base do pênis,
e na mulher ocorrem nos músculos do períneo, em volta da vagina e no assoalho pélvico.
Os estímulos eróticos, as fantasias, acabam por conduzir ao orgasmo. 
Para alguns homens, basta que fantasiem para ter uma ejaculação.
Já outros precisam da penetração para ejacular.

O ORGASMO FEMININO

 Razão de preocupação e insegurança para muitas mulheres que não conseguem chegar à ele, ou senti-lo da forma como  é descrito na literatura, ou por outras mulheres.
O orgasmo tanto pode ocorrer pela estimulação do clitóris ( como ocorre com a maioria das mulheres ), ou na vagina.
A maior parte das mulheres não costuma ter muita familiaridade com seu corpo e com a área genital. Apesar de tantos avanços, a menina ainda costuma ser repreendida quando busca explorar seu corpo, se conhecer. Em muitas famílias esta exploração tem o significado de  coisa errada, feia e suja.
Cada mulher pode sentir o orgasmo de diferentes formas, daí a importância de conhecer seu próprio corpo.
Algumas mulheres chegam ao orgasmo através de fantasias sexuais, sem se tocarem, outras precisam se masturbar, outras precisam que o parceiro as toque em determinadas regiões preferidas, outras ainda precisam estar em posição que facilite o desenrolar do orgasmo.

O orgasmo feminino deve sempre ocorrer?
Não necessáriamente. Uma mulher pode ter muito prazer numa relação sexual e não chegar ao orgasmo, mas se sentir satisfeita e amada.
O problema é quando nunca consegue atingir este patamar, sentindo-se frustrada e decepcionada consigo mesma.

No orgasmo feminino, a estimulação do clitóris é muito importante.
Seja de que forma for: pela estimulação do dedo do parceiro, ou do próprio dedo, pela fricção do clitóris durante o ato sexual, pela língua do parceiro, por vibrador. Enfim, a forma que mais se adapte à cada mulher.

E no caso de nunca ter um orgasmo?
Há mulheres que não conseguem chegar ao orgasmo.
Nestes casos, a  TERAPIA SEXUAL   poderá  ajudar,  pois existe a necessidade de se conhecer melhor, conhecer seu corpo e suas sensações, enfrentar suas inibições e temores.

VISÃO PSICOSSOMÁTICA DO ORGASMO

O orgasmo tem por função a satisfação sexual, tanto do homem, como da mulher.
Com o jogo amoroso preliminar, se acumula uma quantidade de  LIBIDO ( energia sexual ) nos órgãos sexuais.
Esta energia precisa ser liberada, caso contrário, pode se tornar patogênica, fixando-se a tecidos, órgãos, ou sistemas, alterando sua estrutura ou função.
O que isto significa?  Significa que podem surgir sintomas como:
tensão, angústia, irritabilidade, dor de cabeça,   lombalgia, rejeição ao parceiro (a)  e outros tantos sintomas.
Interferências psíquicas podem prejudicar esta descarga, como por exemplo:
o medo de gravidez,  medo de algumas doenças, vivências infantis perturbadoras, abusos na infância, sentimentos de culpa.
Uma das saídas para algumas pessoas, é a  SUBLIMAÇÃO:  evitam assim as tensões, que sem a descarga se tornariam intoleráveis.
A energia é desviada para o trabalho, esportes, produção artística, dança, obras sociais, intelectualização, leitura, religião, etc...
E se falha a  SUBLIMAÇÃO ?  Neste caso, a energia sexual bloqueada pode levar aos transtornos funcionais descritos acima.

Fontes consultadas: Kaplan, Helen ; Salerno, Enrique; Fenichel, Otto; Freud ( Três Ensaios sobre a Sexualidade).