Lilian Senger
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                 DISFUNÇÕES

                   SEXUAIS

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A ATIVIDADE SEXUAL    

Muitas pessoas podem  ter suas funções sexuais  afetadas por  ESTRESSE,  ANSIEDADE,  DEPRESSÃO , desconhecimento das funções sexuais  e do funcionamento do próprio corpo.    
As 
DISFUNÇÕES SEXUAIS   podem ter origem  ORGÂNICA ou PSICOGÊNICA ( PSICOLÕGICA), ou ambos os fatôres atuando.  



Tanto a atividade sexual MASCULINA,  quanto a FEMININA apresentam  04 FASES:


1- FASE DO DESEJO SEXUAL
 Compreende as motivações, os impulsos, a personalidade da pessoa.
Nesta fase podem ocorrer as seguintes
 DISFUNÇÕES:
DESEJO SEXUAL HIPOATIVO e AVERSÃO SEXUAL


DESEJO SEXUAL  HIPOATIVO:  ou também denominado de" BAIXA LIBIDO".
Ocorre com homens e mulheres, sendo mais frequente nas mulheres.( Também denominado ainda hoje  como FRIGIDEZ ).
Ausência de vontade de ter atividade sexual e também ausência de fantasias.
Pode ter como causas: uso de alguns medicamentos, doenças, probemas hormonais, após cirurgias.
Na mulher é natural que ocorra durante um periodo no pós-parto e fase de amamentação.
Muitos  fatores emocionais podem estar presentes  como: 
Problemas no relacionamento conjugal, infidelidade, hostilidade, ansiedade, depressão, estresse,  rejeição ao parceiro(a).


CONCEITO PSICOSSOMÁTICO DE FRIGIDEZ


LIBIDO , que é a energia sexual, estaria aderida a outros objetos como: pai, mãe, padrasto, tio, irmão, e não consegue fluir naturalmente na relação com o parceiro sexual.
Se a libido se fixa a um objeto na infância, e não é desviada deste objeto no transcorrer do desenvolvimento sexual, pode se tornar difícil o estabelecimento de um relacionamento sexual prazeroso na vida adulta.
A libido também pode se fixar na própria pessoa  resultando no culto ao próprio corpo, ou se fixar na própria personalidade: é o
NARCISISMO.
Normas impostas pela família reforçando o
NARCISISMO INFANTIL, dificultam a expressão afetiva da criança, trazendo complicações mais tarde.


Podemos descrever uma  BAIXA LIBIDO (FRIGIDEZ)
RELATIVA
 Existe o desejo sexual, mas a satisfação não é completa.

CIRCUNSTANCIAL
Estaria ligada à dificuldades ou situações atuais como: doenças, esgotamento físico, trabalho excessivo, conflitos entre o casal, depressão, impotência masculina, pós parto , amamentação e outras.

INTRÍNSECA
 Falta de desejo sexual e ausência total de orgasmo.

  

AVERSÃO SEXUAL:  evitação do contato sexual e repulsa sexual.
Tanto à relação sexual com parceiro(a), quanto à masturbação. 
 Observa-se a presença de vários  fatores emocionais  atuando, como por exemplo: traumas infantis, abusos, educação religiosa rígida, vergonha, culpa, educação repressora e punitiva, etc...


2-  FASE DA EXCITAÇÃO

 É a fase da sensação de prazer.
Ocorrem tanto manifestações fisiológicas como psicológicas.
​ No homem ocorre a ereção do pênis, e na mulher a lubrificação vaginal. 
Nesta fase podem ocorrer as seguintes
DISFUNÇÕES:

Na  MULHER
A falta recorrente ou persistente de se manter a  lubrificação vaginal.
​A mulher não se sente excitada e não apresenta prazer sexual.
​As  causas da falta de lubrificação, podem ser de origem orgânica como:
alterações nos níveis  hormonais (estrogênio,  testosterona, prolactina e tiroxina),ou o uso de anti-histamínicos.
 Fatores emocionais muito provavelmente estarão presentes como: conflitos,  inibições sexuais, repressões, dificuldades em relaxar, hostilidade, ansiedade, culpa e medo. 
Esta fase pode estar associada à 
DISPAREUNIA e a FALTA DE DESEJO ( BAIXA LIBIDO )

No  HOMEM

A  DISFUNÇÃO ERÉTIL
Que é a incapacidade parcial ou completa de atingir ou manter a ereção, até o final da atividade sexual.
Compromete seu desempenho sexual, causando uma série de dificuldades pessoais, frustração e decepção.
O indivíduo pode não sentir excitação e prazer sexual.
Se deve a vários fatores, tanto de ordem emocional como biológica (orgânica): doenças diversas, uso de medicamentos, cirurgias, etc.

Saiba mais:


A ereção, vai depender do bom funcionamento dos sistemas neurológico e vascular, dos hormônios sexuais e do estado psicológico do homem.
É a importante interação da mente com o corpo.

Primeiramente é necessário se identificar o que provocou a  DISFUNÇÃO ERÉTIL.
As vezes uma única experiência de fracasso sexual, independente da causa, poderá se transformar num problema sexual crônico.
Então é muito importante saber a causa, se sua origem é orgânica, ou psicogênica ( psicológica ), ou se ambas coexistem ( causa orgânica e psicogênica ).


DISFUNÇÃO ERÉTIL ( IMPOTÊNCIA ) DE ORIGEM ORGÂNICA

Não acontece abruptamente, vai ocorrendo ao longo do tempo ( meses ou anos ).
O médico Urologista pedirá uma série de exames para identificar a causa: 
Exame de sangue (glicose, colesterol, testosterona, prolactina ).
Exame neurológico para verificar déficit neurológico. Se houver déficit ou lesão, novos exames serão pedidos.
Avaliação arterial. Ecodopler peniano
Avaliação dos testículos, se estão atrofiados ou não.
Sensibilidade do pênis.
Avaliação da próstata (depois dos 40 anos).
Teste de intumescência peniana noturna (se tem ereções noturnas).


CAUSAS DA DISFUNÇÃO ERÉTIL ORGÂNICA

  • Diabetes (não controlado).
  • Alcoolismo e uso de drogas
  • Traumatismo ou lesão craniana
  • Lesão da medula
  • Esclerose múltipla
  • Anemia
  • Insuficiência renal
  • Baixos níveis de testosterona (o que ocorre também no processo de ENVELHECIMENTO)
  • Atrofia dos testículos
  • AVC derrame cerebral

ALGUNS FATORES DE RISCO PARA DISFUNÇÃO ERÉTIL

  • Hipertensão arterial
  • Doença coronariana
  • Fumo, alcool, maconha
  • Estresse
  • Traumas pélvicos

Obs: Jovens podem apresentar ereção parcial, tendo como causa insuficiência venosa ou arterial.


DISFUNCÃO ERÉTIL DE ORIGEM PSICOGÊNICA ( PSICOLÓGICA )


Após a exclusão de componentes orgânicos na DISFUNÇÃO ERÉTIL, o paciente será encaminhado para PSICOTERAPIA.
Grande parte dos casos são  de origem  PSICOGÊNICA ( PSICOLÓGICA).

São vários os fatores psicológicos que podem provocar:

  • A falta de ereção
  • ​A perda da ereção
  •  Ereções parciais

Alguns desses fatores são:

  • DEPRESSÃO
  • Baixa autoestima
  • ANSIEDADE ( faz com que aumente o nível de adrenalina no sangue, provocando a vasoconstrição das artérias e a perda da ereção).
  • Problemas profissionais (preocupações e pressão no trabalho).
  • Problemas financeiros
  • Insônia
  • Preocupação excessiva com o desempenho, a performance sexual.
  • O medo de fracassar
  • Preocupações com a vida conjugal, com os filhos.
  • Traumas de infância, falta de afeição, abusos.
  • Educação religiosa rígida
  • Criação muito repressiva
  • Exigências do parceiro
  • Comunicação sexual ruim.
  • Culpa por infidelidade
  • Perda de atração sexual
  • Dificuldade em estimular o parceiro sexual

,

CAUSAS ORGÂNICAS E PSICOGÊNICAS ASSOCIADAS

 A  DISFUNÇÃO ERÉTIL  de causa orgânica pode se apresentar associada à fatores psicológicos, como também uma  DISFUNÇÃO ERÉTIL ORGÂNICA  pode secundáriamente desenvolver componentes psicológicos.


TRATAMENTO DA DISFUNÇÃO ERÉTIL


Os homens apresentam bastante dificuldade e resistência em procurar tratamento. Normalmente é a mulher ou a parceira, que preocupada ou insatisfeita, busca a ajuda de um especialista  para que o marido, ou companheiro possa se tratar.
A participação da mulher no tratamento é muito importante, mas muitas vezes o homem prefere ir sózinho às consultas   por sentir-se constrangido,  por não querer que ninguém saiba o que está ocorrendo e outras tantas razões que devem ser respeitadas.


Na  DISFUNÇÃO ERÉTIL ORGÂNICA  o médico Urologista iniciará o tratamento medicamentoso e irá orientar e sugerir ao paciente os métodos e recursos existentes para a resolução de sua disfunção.

Na DISFUNÇÃO ERÉTIL PSICOGÊNICA, o paciente será encaminhado para o tratamento Psicoterápico mais adequado ao seu caso.

É feita a verificação de sua disfunção: 

  • Tem ereção com uma parceira, mas perde a ereção durante a relação sexual.
  • Tem ereções parciais
  • Tem ereções noturnas
  • Só tem ereções quando está sózinho
  • Nunca tem ereções

.

  • PSICOTERAPIA
     Trabalhando com os fatôres psicológicos descritos acima como:
    depressão, ansiedade, medo de falhar, repressões, baixa autoestima, bloqueios, culpas, dificuldades sexuais, problemas de comunicação e relacionamentos, etc...ou


  • TERAPIA SEXUAl:
     Priorizando o comportamento sexual e fornecendo orientações práticas (técnicas, exercicíos), ou


  • PSICOTERPIA ASSOCIADA COM A TERAPIA SEXUAL
    Ampla abrangência, cobrindo tanto os problemas e dificuldades emocionais que mantém a disfunção, como seu comportamento sexual e necessárias modificações.




3-  FASE DO ORGASMO


 É o pico da satisfação , a liberação da tensão sexual.
Disfunções que podem ocorrer nesta fase:
Na  MULHER

ANORGASMIA
Dificuldade ou incapacidade de se chegar ao orgasmo com qualquer tipo de estimulação. Seja no ato sexual, na masturbação ou nos  sonhos.
Muitas vezes ocorre a presença de dores na região pélvica, dores abdominais, prurido vaginal e secreções.
Fatores psicológicos presentes como: medo da perda de controle, hostilidade com relação aos homens, rejeição ao parceiro, medo da gravidez, culpa, impulsos sexuais agressivos.
A mulher pode apresentar  estado de tensão, irritabilidade e fadiga.


No  HOMEM
ORGASMO INIBIDO ou EJACULAÇÃO RETARDADA
Didiculdade em ejacular.

Causas fisiológicas podem estar presentes como: 
Doenca de Parkinson, cirurgia da próstata,  lesão neurológica lombar, o uso de antihipertensivos, ou fenotiazidas.

Já a inibição primária do orgasmo,  indica que existe algum processo psíquico interferindo.
É possivel sentir orgasmo sem ejacular, mas a sensação  é  diminuida.


ANEDONIA ORGÁSTICA
Homens que ejaculam, mas sentem pouco prazer.

Em ambos os casos acima  fatores psicológicos estão associados como:
​ medo de engravidar a mulher ou ambivalência com relação a gravidez,  perda da atração sexual pela parceira(o),  hostilidade com relação a parceira(o), exigências da mulher com relação a desempenho, dificuldades nas relações  interpessoais, medo de rejeição , processos inconscientes, culpa,  educação rígida e puritana.



    EJACULAÇÃO PRECOCE


      É quando o homem não consegue controlar o reflexo  da ejaculação.
      Pode ocorrer ocasionalmente. 
      O problema é quando se mantém constante, frustrando o homem e sua parceira. Ocorre logo após a penetração, ou com o menor estímulo.

      Na grande maioria dos casos o problema é de ordem emocional, embora possam ocorrer casos de origem orgânica como:  inflamações (pênis, próstata, uretra), disfunção erétil e retirada da próstata.
      Alguns fatores que podem estar presentes no desenvolvimento da ejaculação precoce:

      • ​Pode muitas vezes se relacionar com a expectativa do homem de satisfazer a parceira, o que gera ansiedade condicionada à situação sexual.
      • Acontece mais com jovens, no início de sua vida sexual, pela pouca experiência,

      pela ansiedade e pelas situações sexuais, e com homens mais instruídos. 

      • Pode ocorrer com um parceiro novo.
      • Como resultado de pouca atividade sexual.
      • Com o tipo de situação sexual.
      • Com a falta de aprendizado sobre controle ejaculatório.
      •  Por excesso de ejaculações rápidas devido à pressões externas, locais inadequados etc...



      TRATAMENTO DA EJACULAÇÃO PRECOCE


      PSICOTERAPIA  associada com a TERAPIA SEXUAL.

      Assim como ocorre na Disfunção Erétil, os homens apresentam bastante resistência a procurar por tratamento,  principalmente por se tratar de uma disfunção ligada à fatores emocionais e atingir tão diretamente a esfera sexual.
      O importante é ter a compreensão de que a ejaculação precoce ocorre com um número significativo de homens, que a Terapia Sexual de Orientação Analítica pode ajudá-lo, e dar o primeiro passo para a resolução de um problema que o está frustrando, decepcionando e deixando sua autoestima em baixa.

      No tratamento serão ensinadas tecnicas




      4-  FASE DE RELAXAMENTO
       é a fase de resolução. O homem satisfeito precisa de algum tempo para ter novo orgasmo, já a mulher pode vir a ter outros orgasmos logo depois. Isto é muito particular de cada pessoa.
      ​ O importante é que o sexo traga a satisfação esperada e o relaxamento da tensão sexual.








      DISTÚRBIOS DA DOR NA RELAÇÃO SEXUAL 
      Mais comuns na mul
      her, mas podem também ocorrer com o homem.


      VAGINISMO
       Dor na relação sexual, espasmo involuntário intenso e doloroso da vagina (antes ou durante a penetração).
      ​ A mulher evita a penetração, por causa da dor causada por: traumas sexuais, estupro, abusos sexuais na infância, educação religiosa rígida, medos, vergonha e ansiedade.


      DISPAREUNIA
       Dor na relação sexual, causada por alguma patologia pélvica.
      Por exemplo: vaginite, cervicite, endometriose, redução dos hormônios sexuais na mulher com mais idade.






      PARAFILIAS

       São práticas sexuais que fogem da atividade sexual comum, normal.
      Mais frequente em homens do que em mulheres.
      São caracterizadas como 
      COMPULSÕES , que levam o indivíduo a uma atividade sexual repetitiva e incontrolável. É a fixação em uma das fases do desenvolvimento sexual.
      Algumas
      PARAFILIAS:

      EXIBICIONISMO: exposição dos órgãos genitais em público.

      VOYERISMO:  a curiosidade sexual na infância é algo natural, só se torna patológica se mais tarde é usada como forma de obtenção de prazer sexual. É a excitação sexual observando outros indivíduos nus, ou praticando ato sexual; fazer sexo virtual; sexo por telefone.
      .

      FETICHISMO:  excitação sexual com objetos: sapatos, calcinhas, cabelos, etc. . Freud definiu o Fetichismo como a substituição do objeto sexual normal, por outro, inadequado à atividade sexual.

      PEDOFILIA:  atividade sexual com crianças.

      COPROFILIA E UROFILIA: defecar e urinar no parceiro para ter prazer.

      SADISMO: submeter o outro a dor e a humilhação.

      MASOQUISMO: sentir prazer na dor e na submissão sexual.

      FROTTEURISMO: esfregar os genitais em mulheres para sentir prazer: no ônibus, no metrô, etc.


      TRATAMENTO:  Ver  COMPULSÕES



      Consultas: K.Hawton; P.M. Salkovskis; David H. Barlow; Kaplan e Sadock; B. Rangé e H. Lettner.; Fenichel.